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lunes, 28 de diciembre de 2015

A coordenação faz a força

Hoje vou falar sobre os fundamentos da técnica. Fundamentos físicos e mecánicos, ou o que é a técnica no seu estado mais puro, a biomecánica.


O princípio de coordenação dos impulsos parciais. E tudo isso tem a ver com técnica de slalom? Na verdade é um conceito roubado da técnica de lançamentos no atletismo, mas que eu acho que é de aplicação também na canoagem. Na verdade, acho que é a razão mecánica da fluidez de movimentos.


Mas voltemos um pouco para atrás. Toda técnica é composta de vários pequenos movimentos que vão influenciar sobre a quantidade total de movimento. Neste post não vamos ver se cada movimento pode ser melhor ou pior feito, essa divisão e análise é para cada técnico e atleta fazer para si mesmo. Vamos falar de como esses pequenos movimentos se coordenam entre se para atingir uma maior eficiência mecánica, que é o objetivo da técnica. 


Os movimentos dos que estamos falando são aplicações de força, para produzir deslocamento. Cada uma dessas unidades vai adicionar uma velocidade ao movimento final. Mas certeza? Essa é a intenção, mas as vezes, por causa de não aplicar força no momento certo ou na direção indicada, não vamos aproveitar ao máximo esses movimentos. Podem até se anular entre si mesmos. Estamos falando aquí de coordenação temporal e o seu vector. 


Vamos tentar esclarecer o assunto com um exemplo sobre um brinquedo onde um trem dispara uma catapulta:


Podemos imaginar o trem caindo por uma ladeira e disparando a catapulta num momento concreto. Se esse momento é na mesma hora que o trem tem a máxima velocidade, a velocidade de saída da bola será bem maior que em qualquer outro momento. Aquí dá para ver a importância da coordenação dos impulsos parciais no momento correto. 

Agora vamos olhar o trem desde acima, e colocamos a catapulta num ángulo diferente à direção do trem (é difícil imaginar fazer uma besteira desse jeito, mas pensa no pé e a pá numa remada, empurram na mesma direção sempre?)

É claro que a força resultante dos dois impulsos no caso A não vai produzir tanta distância de lançamento como no caso B. Temos aquí o alinhamento dos vectores de força.

E na aplicação no slalom, podemos observar a saída de uma remonta aproveitando a força do remanso. Para essa demonstração vou me permitir não fazer uma descrição completa da cadeia cinemática que forma a saída da remonta, nem das forças internas e externas que influem, para dar maior claridade e simplificar. Esses assuntos podemos tratar melhor em outros posts mais na frente.

Forças que influem na velocidade de saída da remonta:
(A) Empuxo na traseira pelo princípio de Arquimedes
(B) Tracção na pá
(C) Pressão no fincapé
(D) Levar o corpo na frente
O Pepe, um artista na coordenação de movimentos e atingindo fluidez

Nas duas gráficas do lado da foto, é representada a consecução de uma maior velocidade de saída (linha descontínua) se os impulsos são bem coordenados (gráfica inferior), ou ao contrário (superior). No caso, a superior representa uma saída onde o atleta deixou muito tempo desde o empuxo até a tracção, e onde levou o corpo na frente cedo demais, não aproveitando a transmissão no fincapé. (de novo, não estou querendo explicar aquí a técnica de saída da remonta com detalhe e precisão, e sim representar a coordenação de impulsos parciais)

A correta coordenação desses impulsos vai dar uma maior velocidade de saída num dos pontos onde mais precisa de força numa pista de slalom. Se achamos uma temporização ótima e sobretudo, um bom alinhamento dos vectores, podemos atingir mais velocidade na saída se precisar de mais força.

É tarefa do técnico fazer pensar sobre isso ao atleta, mas o feedback exterior que ele pode dar não vai ser nunca tão importante quanto a informação recebida pelo sistema de propiocepção do atleta. Alguém experimentado vai conseguir perceber melhor a sincronização entre esses momentos de aplicação de força, fora que por causa de ter maior equilíbrio, pode se dedicar mais na propulsão. 

Como último comentario, gostaria de adicionar que um atleta de alto desempenho não pode se focar num nível tão interno perto das provas, para não alterar seu foco de competição. Temos de guardar esse trabalho para os períodos preparatórios. 




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