Incialmente podemos achar que são palavras mais típicas de esportes de equipe, porém têm sua aplicação também no slalom. Lógicamente é uma questão arbitrária, porque depende do significado que damos para cada uma. No caso, o que eu dou. De qualquer jeito, o que eu pretendo e questionar aquela frase de 'o slalom é um esporte super técnico'.
E é na verdade, em relação a que esse componente é mais determinante do que o fisiológico, nisso concordamos. Mas se aprofundámos mais no significado da expressão 'esporte técnico', o nosso passa a ser muito menos técnico que qualquer evento do atletismo ou, desculpa pelo que vou falar, que a canoagem de velocidade.
Desde o ponto de vista da técnica, de ter um modelo técnico que nos proporciona a máxima eficiência para um movimento esportivo, estamos longe disso pela variabilidade das situações. Quase nos parecemos mais no futebol que à velocidade. A nossa técnica precisa de adaptação, tanto situacional das balizas e a água, como individual, pelas caraterísticas biomecânicas de cada um. Não é a mesma coisa bater a bola numa cobrança de falta do que num cruzamento. Não é a mesma coisa bater a bola com um pé pequeno que com um pé grande.
Depois desta introdução, começa fazer sentido falar de estrategia e táctica. As decisões que fazemos ao respeito da nossa técnica e da situação. Uma forma de dividir o trabalho na água, e parar de chamar todo trabalho específico de 'técnica'.
- A Técnica em sim mesmo, é quando estou insistindo sobre o modelo técnico, o que seria a forma ideal de fazer um movimento e sobre a propiocepção. Ela nos proporciona informação não visual sobre a situação do meu corpo e suas partes, minha orientação, a força que estou fazendo, ou o que é a mesma coisa: minha execução motora sem precisar vela, a técnica. Podemos trabalhar ela:
- A técnica de sempre: proposta de modelo técnico (leme, pívot...) e repetição-análise-repetição.
- Transferências: tentar de relacionar o movimento com a sensibilidade chamada de propiocepção. Trocar o remo, por água no barco, hidrofreio...tudo o que possa significar um estímulo novo na minha técnica e tenha de me adaptar. Porém, sempre acompanhado de execução normal.
- A Estratégia tem a ver com o análise que eu faço antes da execução, normalmente fora da água. A melhor opção para uma manobra, ritmo, ou até o aquecimento que eu vou fazer.
- Para trabalhar a estratégia temos de criar situações de competição, quanto mais reais e nas mesmas condições da prova, melhor.
- Tentar diferentes soluções para uma mesma manobra (frente/reversa, saída curta/cumprida...)
- A Táctica está em algum ponto intermédio entre as duas anteriores, e é o processo de tomada de decisão que faço durante a ação. Que adaptações da minha técnica faço, mudança de ritmo que não estava no plano, etc. A táctica depende ainda mais das minhas experiências anteriores, já que vai comparar a situação atual com outras que deram certo ou errado e agir em consequência. Por isso a importância que sempre damos no slalom a ter quantas mais situações diferentes melhor. Quantas mais pistas, canais e provas diferentes, melhor.
Acho importante diferenciar os três fatores para poder estabelecer diferentes objetivos nas sessões específicas. Assim, se fazemos uma pista igual muitas vezes, o trabalho virará mais técnico. Si fazemos apenas uma, a incidência vai ser maior sobre o componente estratégico. Se colocamos pistas sem sair da água, só vendo desde o primeiro remanso, a fator táctico pode se ver mais desenvolvido.
Tudo isto supõe uma ordenação lógica de conteúdos durante a temporada. Longe da prova vamos priorizar o trabalho técnico, para definir o estilo do nosso atleta, enquanto próximo, a maior importância deverá estar no fator estratégico e de preparação da prova e aproveitamento do nosso potencial atual. Parte dessa estratégia é o aquecimento, o análise entre descida e descida e antes, como recuperar quando uma prova é de vários dias...nessa fase a técnica não pode ter mudanças e sim ser consistente.
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